sábado, julho 30, 2005 

Palavrões

Já me estão a cansar...parem lá com a mania de que digo muitos palavrões, caralho! Gosto de palavrões! Como gosto de palavras em geral. Acho-os indispensáveis a quem tenha necessidade de dialogar...mas dialogar com caracter! O que se não deve é aplicar um bom palavrão fora do contexto, quando bem aplicado é como uma narrativa aberta, eu pessoalmente encaro-os na perspectiva literária! Quando se usam palavrões sem ser com o sentido concreto que têm, é como se estivéssemos a desinfectá-los, a torná-los decentes, a recuperá-los para o convívio familiar. Quando um palavrão é usado literalmente, é repugnante.

Dizer "Tenho uma verruga no caralho" é inadmissível. No entanto, dizer que a nova decoração adoptada para a CBR 900' 2000 não lembra ao "caralho", não mete nojo a ninguém. Cada vez que um palavrão é utilizado fora do seu contexto concreto e significado, é como se fosse reabilitado. Dar nova vida aos palavrões, libertando-os dos constrangimentos estritamente sexuais ou orgânicos que os sufocam, é simplesmente um exercício de libertação.

Quando uma esferográfica não escreve num exame de Estruturas "ah a grande puta... não escreve!", desagrava-se a mulher que se prostitui.

Em Portugal é muito raro usarem-se os palavrões literalmente. É saudável. Entre amigos, a exortação "Não sejas conas", significa que o parceiro pode não jogar um caralho de GT2. Nada tem a ver com o calão utilizado para "vulva", palavra horrenda, que se evita a todo o custo nas conversas diárias.

Pessoalmente, gosto da expressão "É fodido..." dito com satisfação até parece que liberta a alma! Do mesmo modo, quando dizemos "Foda-se!", é raro que a entidade que nos provocou a imprecação seja passível de ser sexualmente assaltada. Por ex.: quando o Mário Transalpino "descia" os 8 andares para ir á garagem buscar a moto e verificava que se tinha esquecido de trazer as chaves... "Foda-se"!! não existe nada no vocabulário que dê tanta paz ao espirito como um tranquilo "Foda-se...!!". O léxico tem destas coisas, é erudito mas não liberta. Os palavrões supostamente menos pesados como "chiça" e "porra", escandalizam-me. São violentos.

Enquanto um pai, ao não conseguir montar um avião da Lego para o filho, pode suspirar após três quartos de hora, "ai o caralho...", sem que daí venha grande mal à família, um chiça", sibilino e cheio, pode instalar o terror. Quando o mesmo pai, recém-chegado do Kit-Market ou do Aki, perde uma peça para a armação do estendal de roupa e se põe, de rabo para o ar, a perguntar "onde é que se meteu a puta da porca...?", está a dignificar tanto as putas como as porcas, como as que acumulam as duas qualidades.

Se há palavras realmente repugnantes, são as decentes como "vagina", "prepúcio", "glande", "vulva" e escroto". São palavrões precisamente porque são demasiadamente ínequívocos... para dizer que uma localidade fica fora de mão, não se pode dizer que "fica na vagina da mãe" ou "no ânus de Judas". Todas as palavras eruditas soam mais porcas que as populares e dão menos jeito! Quem é que se atreve a propor expressões latinas como "fellatio" e "cunnilingus"? Tira a vontade a qualquer um! Da mesma maneira, "masturbação" é pesado e maçudo, prestando-se pouco ao diálogo, enquanto o equivalente popular "esgalhar um pessegueiro", com a ressonância inocente que tem, de uma treta que se faz com o punho, é agradavelmente infantil. Os palavrões são palavras multifacetadas, muito mais prestáveis e jeitosas do que parecem. É preciso é imaginação na entoação que se lhes dá. Eu faço o que posso.

Miguel Esteves Cardoso

sexta-feira, julho 29, 2005 

Não sei...

Não sei...se a vida é curta ou longa demais pra nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser: colo que acolhe, braço que envolve, palavra que conforta, silêncio que respeita, alegria que contagia, lágrima que corre, olhar que acaricia, desejo que sacia, amor que promove.
E isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida. É o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais, mas que seja intensa, verdadeira, pura...enquanto durar....

quinta-feira, julho 28, 2005 

Uma questão de aprendizagem

Depois de algum tempo aprendemos a diferença...a subtil diferença entre dar a mão e acorrentar a alma. Começamos a aprender que amor não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E aprendemos que beijos não são contratos nem promessas, começamos a aceitar as derrotas com a cabeça erguida e olhos adiantes, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança. E aprendemos a construir todas as nossas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para planos, e o futuro tem o costume de cair em vão...
Depois de um tempo aprendemos que o sol queima se ficarmos
expostos por muito tempo. Aprendemos que não importa o quanto nós nos importamos, algumas pessoas simplesmente não se importam...e aceitamos que não importa quão boa seja essa pessoa, ela vai magoar-nos de vez em quando e precisamos perdoá-la por isso. Também aprendemos que falar pode aliviar dores emocionais. Descobrimos que leva um certo tempo para construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que podemos fazer coisas num instante, das quais nos arrependemos para o resto das nossas vidas.
Aprendemos que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a
longas distâncias, e o que importa não é o que nós temos na vida, mas sim quem temos na vida; e que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprendemos que não temos de mudar de amigos se compreendermos que os amigos mudam, percebemos que os nossos amigos e nós podemos fazer sempre qualquer coisa, ou nada, e termos sempre bons momentos juntos...
Descobrimos que as pessoas que mais nos importam na vida são
roubadas de nós muito depressa...por isso, devemos sempre deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos...
Aprendemos que as circunstâncias e os ambientes têm influência
sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começamos a aprender que não nos devemos comparar com os outros, mas sim com o melhor que podemos ser. Descobrimos que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que se quer ser, e que o tempo é curto, aprendemos que não importa aonde já chegamos, mas para onde vamos, mas se não soubermos para onde vamos... qualquer lugar serve...
Aprendemos que, ou controlamos os nossos actos, ou somos
controlados por eles...e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, existem sempre dois lados. Aprendemos que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as consequências.
Aprendemos que paciência requer muita prática. Descobrimos que
algumas vezes, a pessoa que esperamos que nos chute quando caímos, é uma das poucas que nos ajudam a levantar. Aprendemos que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que aprendemos com elas, do que com quantos anos celebramos.
Aprendemos que quando estamos com raiva, temos o direito de estar com raiva, mas isso não nos dá o direito de ser cruéis. Descobrimos que só porque alguém não nos ama da maneira que nós queremos não significa que esse alguém não nos ame com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem demonstrar ou viver isso.
Aprendemos que não importa em quantos pedaços o nosso coração foi
partido, o mundo não pára para o consertarmos. Aprendemos que o tempo não é algo que possa voltar atrás. Portanto, planta o teu jardim e decora a tua alma, ao invés de esperares que alguém te traga flores...
E assim aprendemos que realmente podemos suportar...que
realmente somos fortes...e que podemos ir muito longe...depois de pensar que não se pode mais e que realmente a vida tem valor e que tu tens muito valor diante da vida...

William Shakespeare

terça-feira, julho 19, 2005 

Vida ≠ Sofrimento

Definitivo, como tudo o que é simples. A nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.

Porque sofremos tanto por amor?

O certo seria não sofrermos, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz.

Sofremos porquê?

Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projecções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido juntos e não tivemos, por todos os espectáculos e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos. Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.
Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar.
Sofremos não porque a nossa mãe é impaciente connosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar a confidenciar com ela as nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em compreender-nos.
Sofremos não porque a nossa equipa perdeu, mas pela euforia sufocada.
Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro nos está a ser confiscado, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.

Como aliviar a dor do que não foi vivido?

A resposta é simples como um verso: "Iludindo-se menos e vivendo mais!!!". A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade.
A dor é inevitável. O sofrimento é opcional.

Carlos Drummond de Andrade

quinta-feira, julho 14, 2005 

Heavy playlist!

-> 36 Crazyfists - Turns To Ashes
-> Anger - Feel My Anger
-> Atreyu - Bleeding Mascara
-> Chimaira - Stigmurder
-> Dover - Me And My Mulon
-> Hatebreed - I Will Be Heard
-> Ill Niño - God Save Us
-> In Flames - Trigger
-> Killswitch Engage - When Darkness Falls
-> Machine Head - The Possibility Of Life's Destruction
-> Ministry - No "W"
-> No One - Down On Me
-> Nothingface - Communist
-> One Minute Silence - 1845
-> Slipknot - New Abortion

*Devo alertar apenas para a "violência" desta playlist...não ando muito bem disposto ultimamente...depois dá nisto :|

Beijos & Abraços \m/

sábado, julho 09, 2005 

Parabéns Carlos



...e porque uma imagem vale mais do que mil palavras...e porque hoje fazes anos...e porque todos sentem a tua falta...e por tudo o que eu não sei dizer...

Parabéns Carlos!